05/08/2022

Carta para um gênio

 05.08.2022 - por Bruno Barreto.


Jô Soares



Carta para um gênio

Assim? Já?

Ok! Há aqueles que dirão que foram bons e longos anos... Que passou dos 80... Que se tornará imortal por suas obras... Que o Xangô dos nossos sorrisos precisa descansar...

Mas pra gente , é já! É já, zé!

Porque as cortinas do teatro estavam esperando por você e pelos seus... E os livros já estavam de páginas abertas aguardando para se tornarem vida!

É rápido demais, o tempo, mas o que me tranquiliza é que o seu ainda permanecerá por mais longos anos... Quem sabe este, necessário para assimilarmos tudo o que você nos deixa de legado.

Eu te assistia nas madrugadas sonhando em um dia lhe provocar uma de suas gargalhadas... Queria ser entrevistado por você! Sair de lá daquela cadeira desnorteado...

Queria seu autógrafo nos meus livros amassados, queria te entregar meu livro autografado também e ver você olhando pra mim e pensando:

"Que safado! Marqueteiro, esse garoto!"

É jazz e não jaz!

Hoje acordamos mal humorados, descrentes, e acredite se quiser, agradecidos pela oportunidade do breve convívio, entre telas e palcos, entre sonhos e esperanças.

E não adianta dizer que a vida é assim mesmo... A vida é o que aprendemos com ela! E ela foi generosa por nos oferecer você!

Eugênio!
Ainda que o gênio se vá...
Fica em nós a sua genialidade.

Do seu desconhecido grande amigo. Obrigado!